segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Ode a Loucura!...!

Eu gostaria que você mande seus contos,suas ilustrações, e até videos que conte alguma historia para carlosgall2003@yahoo.com.br, e eu colocarei aqui, como fiz com este conto.

Autor: Igor Lamas

Todos nós somos loucos,animais sedentos por sangue e medo,poder e liberdade,controlados e adestrados,lutando contra este instinto e nos mascarando. Não é preciso mais que um pequeno acidente,onde outro homem abandona a vida pintando o asfalto com sangue e as almas ao redor com um estranho sabor de vitória,pessoas se farejando e comunicando umas com as outras através de olhares de escarnio a vida,todas olhando nos olhos da "morte" e se vangloriando da vida,um estranho prazer em rir desta morte sendo ela a única coisa que nos põe rédeas e realmente nos controlam,não é preciso mais que isso para conhecermos nossa real natureza. O que me difere de vocês? Eu escolhi não controlar,apenas,conviver com isto.

Sentado neste banco limpo e rodeado por pessoas sujas,todas usando suas melhores roupas e personalidade,cada passo calculado,cada movimento de quadril premeditado,peças de roupas trabalhadas todas nas falhas do pudor,são corpos gritando por liberdade em cabeças sem razão. Restando alguns tragos em meu copo e litros de hormônios em meu sangue,tão poderosos que me fazem levantar e clamar por um corpo quente que não difere em nada de minha mão,não a quero por inteira,apenas algo para penetrar,um calor para me esquentar e o suor para me molhar.Não sei o que procuro nela ou porque aquela garota sentada em um canto de baixa iluminação e atenção está sozinha, seus olhos claros e ingênuos me fazem acreditar em bondade e verdades,sua pele clara me lembra a pureza e sensualidade,os cabelos escuros a perversidade e excitação,as sardas o charme e persuasão e o vazio de sua mente me chama a atenção,pois a ignorância recebo com adoração,com ela poderia ser feliz, facilmente saciado e limitado as correntes da moral,já com ela posso ser um amante sexual e satisfazer as vontades insaciáveis de meu corpo inalcançáveis pela minha mão.

A vontade de saber quem somos é maior que o bom senso, e tomo coragem para perguntar. "Olha,não saberia dizer como consegui conquistar uma garota tão adorável e ainda convence-la a entrar em meu carro." - Disse tentando ser elegante.E com um sorriso meigo ela fala - "Você foi sincero, excêntrico de um jeito bonitinho e até que é gatinho." - disse sorrindo com um vazio acéfalo,sem alguma idéia sobre originalidade e manipulação,mas para falar sobre isso vamos voltar ao momento onde ela decide entrar em meu carro.

Caminhando lentamente em sua direção,apenas para ter certeza de que ela me notou,mas de forma falha vou chegando,pois ela apenas me nota no ultimo instante e me diz isso com aqueles lindos olhos espantados. "Ola", digo e "oi" ela responde como se meu tempo ali tinha de ser curto,sem perder tempo começo com um discurso improvisado "eu só queria dizer que se você continuar a me olhar deste jeito é capaz que eu fique hipnotizado", e ela me olha dando oque eu esperava,um sorriso sarcástico e suas palavras diziam "Eu não tava olhando pra você moço" e nesta deixa que liberto meus pensamentos,entendendo e me aproveitando da maior ferramenta da manipulação,que é fazer o homem se sentir em uma situação cotidiana dando-lhe segurança,assim eliminando a capacidade da incerteza em seu juízo, logo parto para o golpe final,exaltar o ser humano dando a ele um gosto de poder,fazer com que ele se sinta superior e não tenha medo de dar liberdade. Continuando digo "Desculpa,a falha foi minha" dando um sorriso bobo olho naqueles dois penetrantes poços profundos de água limpa e azul,querendo desistir da conquista, sabendo que minhas teorias podem ser falhas e egocêntricas.Estando ali continuo, "pois queria tanto que seus lindos olhos estivessem olhando para mim,que devo ter imaginado isso.",logo depois de dizer lindos olhos ela sorri e depois de terminar o discurso desprovido de qualquer sinal de adoração a seu ser,apenas elogiando uma característica física ela surpreende-me com sua genialidade irracional e retira a bolça de seu colo,em um claro sinal de benevolência sedendo espaço para mim.

Chegando acompanhado em casa tateando as trevas em busca de uma luz,não uma tão clara,pois tenho de esconder o meu nojo,não pela pia cheia de pratos sujos e copos engordurados,mas sim pela incerteza da existência do ser que me acompanha,sem questionamentos nem duvidas e quando essas aparecem são apenas sobre coisas mundanas,esse ser que assiste um romance ou novela e não enxerga as nuâncias de uma obra se assim ela tiver,como um fantoche sentado diante de um espelho vendo sem consumir,apenas parado observando o esperado,em busca de nada e sobre isso acho relevante uma observação feita mementos antes de chegar em casa.

Enquanto eu estava dominado por uma absurda excitação causada pela premeditação de seu corpo cheio de belas curvas sendo despido o radio apanhava uma musica esquecida a muito tempo por mim,que lisonjeava a "liberdade de expressão" e "fumar um baseado com os irmão",estupefata pelo "fumar" e "baseado" estarem sendo emitidos pelo som do carro ela me olha com uma expressão irada,estranhamente sedutora,emitindo "Eu não gosto de drogas", querendo entender o ocorrido me proponho - "Vamos tentar entender, por quê?"- aceitaria explicações religiosas ou de carater moral,porem o único argumento apresentado foi "porque faz mal pro corpo e é ilegal.",sendo assim não sou capaz de expressar minha indignação quanto a uma sabedoria tão bruta e como poderia alguém cometer um escarnio tão grande com nosso potencial humano,a simples existência de um ser assim não impõe nada positivo para a humanidade,um peso morto,um corpo já sucumbido apenas esperando a hora de ir para casa,o tumulo.

Me questiono pela segunda vez se deveria ter feito,de certa forma me sinto satisfeito, mas continuo a ver uma garota vazia e agora com todo seu corpo,inclusive o rosto, tinto de excreções, já seus olhos carregam grandes incertezas agora,porem seu cérebro continua sendo insignificante para a vida de seu corpo e buscando um pouco de lucidez em meu juízo me lembro do ocorrido hoje de manhã.

Venho me indagando muito sobre a liberdade em levantar as sete da manhã todos os dias,pegar o mesmo caminho todos os dias,parar nos mesmos pares todos os dias e olhar para a cara desse vagabundo quase todos os dias,esse que bate em meu vidro agora e me olha com seu corpo clamando por misericórdia perguntando "tiu tem uma mueda?", rapidamente acho uma de cinquenta centavos e lhe dou retrucando "tem certeza de que isso irá te ajudar filho?" e por mais perplexo e perspicaz que pareça o dito filho sorri expressando uma forma intelectual sofrida e observa que "a única certeza em minha vida é a morte tiu.", o que me rendeu boa horas de pensamentos irracionais,emotivos e como a emoção,incertos.

Me cabe acreditar necessário voltar ao ato sexual antes de falar sobre o ocorrido.

Desisti da luz pois ela começou a me beijar antes mesmo deu por meus pés descalçados ao chão,não porque a garota achou o interruptor antes de mim,mas pelo fato da garota estar ansiosa demais para esta noite acabar,diferente da luz que anseia por destruir a escuridão da mesma forma que nosso cérebro demonstra ambição pelo conhecimento,em oposição o da garota ansiosa. Finalmente descubro o porque ela e não minha mão,eu precisava de alguém,um ser, uma pessoa,uma alma,um humano reciproco aos meus desejos de ter uma vida racional para dar prazer e receber,porem ela não vive,não é humana, apenas uma marionete,pois me olha como um animal,uma besta sedenta por entretenimento,apenas uma boneca quente e inflada com estupides,um cadáver ambulante,o que torna imensurável o asco que sinto por "isso" ou ela,nada me difere de um necrófilo,apenas o suor e o calor "disso",como algo assim pode ser humano? se sendo humano não faz nada pelo nosso quadro social,não soma,não falta,apenas um fantoche de pouca razão,um nada e o que me difere "daquilo" se eu não fizer nada?. E após neutralizar um ato enfadonho vou até a cozinha a procura de algo para me embriagar,contudo ao adentra-la vejo que disponho de uma faca em punho firme agarrada ao desejo de acabar com a espera "dele",do monstro corrosivo,que corroí esta sociedade, aquele que não nos vale um tostão furado,que só espera pela morte. Ingresso nos domínios da aberração,a singela criatura de lábios convidativos e gemido suave e excitante,porem não deixo a ineloquência me tomar por inteiro.De punho cerrado deito do teu lado e até que me parece pensativa ao me perguntar por que minha boca continuava seca,com um olhar de incerteza agora profundamente estático,olhando para um objeto distante alem de minha compreensão,agora fria e tinta,como deveria ser um cadáver,sufocada em seu próprio sangue,coberta de minha adoração.

Adoração pela vida,por estar vivo e gozar deste presente.A lei diz que eu devo pagar por retirar a vida de um Homem,porem nada fiz alem de retirar o calor de um corpo,me tornei um animal,nada menos do que outros tentam esconder,mas falham quando não apresentam coesão racional,sou como todos e o que me difere de vocês? Eu escolhi não controlar,apenas,conviver com isto.



Caminho por estas ruas sujar pela ignorância humana,e os mesmos se apresentam assim. Ruas que continuam a exaltar o consumo irracional,com pessoas adentrando o paraíso repleto com objetos limitados ao tempo,este que caminha com passos longos e lentos sem nunca parar nem olhar pra trás e as pessoas a contemplar matérias em formatos finitos,claramente pessoas querendo construir memórias e buscando prazer através de algo inanimado.Pobre essa linda garota,que com um salto rompido e olhar constrangido me pede ajuda sem utilizar palavras,de profundos olhos castanhos e beijada pelo fogo,este que cedeu para a paixão e concebeu a beleza das chamas vermelhas a ela...


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